Saturday, December 1, 2007


Votam hoje dois dos países mais poderosos do mundo. Não sendo as eleições para a chefia máxima do país, muito é referendado. Na Venezuela e na Rússia, Hugo Chavez e Vladimir Putin dão mais uns passos nas suas caminhadas para a história, assim o escrevem, emulando Bolívar ou os czares com actos enérgicos, o petróleo em alta e o modo de discurso adaptado: tribunício e festivo em Caracas, sóbrio a Lubyanquesco em Moscovo.
Em breve poderemos estar perante dois estados não-livres democráticos, onde o atropelo se escuda na legitimação do voto. Nada a que não estejamos a assistir, de modo mais lento, nas sociedades actuais - tão aterrorizados estamos que queremos mesmo é um poder executivo e um braço da lei fortes o suficiente para nos proteger, assim como sentir que ele representa mesmo os nossos interesses, que nos defenda do "outro" que pode ser o yankee, o magrebino, o chinês ou o terrorista. Se aparecer ´deus ex machina` uma personificação daquilo que o sentimento da comunidade associa ao mais distinto da sua memória, melhor.

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